Não vou mais planejar!

Esta é a fala que mais ouço da maioria dos empresários de pequenas e médias empresas e dos MEIs. Muitos ainda reforçam que já estão a tantos anos com o negócio e nunca elaborou um planejamento estratégico, que não vai ser agora que vai “perder tempo com isto”. Dura, mas pura realidade. É neste cenário que o MEI, a PME está retornando para suas atividades, os que conseguiram sobreviver é lógico. Sobreviveram porque o negócio era bom e lucrativo ou porque trabalharam muito, com muito esforço para sobreviverem independente das dores ou do que abriram mão na vida pessoal.

O planejamento é algo comum em nossas vidas, já iniciamos o dia ao acordar planejando o que vamos vestir, fazer e até já explicitando que não teremos tempo para tudo que planejamos, o dia é curto. Na teoria, planejar é muito simples, mas na realidade e principalmente nas pequenas organizações é muito diferente. O empresário que já acorda sem tempo para o café da manhã, vive ocupado com outras coisas ou até mesmo se ocupando integralmente do operacional, não consegue planejar e contratar um profissional fica caro. Com estas ações e pensamentos, o crescimento fica estagnado e não existe nenhum planejamento formal, transparente, explicitado. Com isto, quando existe, o grupo de colaboradores pouco pode ajudar, tudo fica centralizado ou guardado na cabeça do empresário. Com este retrato da dura realidade, cria-se um abismo entre estratégia e a execução das operações nas organizações.

Segundo Gilles de Paula, CEO da Treasy, existem alguns passos fundamentais para ajudar a mudar este retrato e que se seguidos de forma ordenada torna mais fácil e transparente o planejamento destas organizações. Tomei a liberdade de acrescentar minhas opiniões experimentadas.

1º. Passo: Definição de Metas – Importante saber aonde se quer chegar, quando e como. Afinal, reduzir despesas, melhorar faturamento é o sonho de todos, mas de fato qual é a primeira meta e a mais importante da empresa para os próximos momentos. Necessário definir de forma clara, um único objetivo, depois de realizado, pensa-se no segundo. Trabalhar ferramentas como SMART pode ajudar muito.

2º. Passo: Envolver a empresa – Nem todos da empresa precisam saber fazer o planejamento estratégico, mas todos precisam se envolver no planejamento. Todos precisam saber qual é o objetivo principal, para que caminhem na mesma direção. Gilles recomenda que para facilitar o entrosamento deve-se trabalhar os 3C´s:

1- Começar a fazer – o que é novo

2- Continuar a fazer – porque gera resultado

3- Cessar de fazer – o que não será mais feito.

3º. Passo – Imaginar cenários diferentes: Simular cenários é fundamental, até mesmo porque neste momento nossos cenários estão obscuros, nada com certeza, tudo ainda muito inseguro. Por tudo isto, é importante imaginar outra maneira mais fácil de fazer, mais barata, mais rápida, menos arriscada, ouvir mais o grupo, os parceiros, se inteirar do entorno do seu negócio, do seu setor, mantendo o objetivo principal já definido. Para ajudar neste passo, pode-se trabalhar com ferramentas tipo SWOT e até mesmo o 5W2H definindo ações.

4º. Passo – Monitoramento :Importante o controle constante das ações, dos resultados e alinhar sempre que necessário for. Com este passo evita-se criar abismos entre estratégias e ações. Aqui para ajudar pode-se usar a ferramenta FCA-fato/causa/ação.

5º. Passo – Tomar CHA constantemente: Parece irônico mas é a pura verdade, para que o planejamento funcione é impreterivelmente necessário buscar CONHECIMENTO constante, do que está ocorrendo com seu setor, negócio e ver tendências, trabalhar todas as HABILIDADES aprendidas e buscar inovar sempre com um MINDSET diferenciado e o mais importante, ter ATITUDE, provocar ação para que o objetivo definido seja alcançado.

Com estes 5 passos é possível alcançar metas definidas para a organização de forma transparente, envolvente e participativa. O gestor deve sempre ter o pensamento facilitador e envolver todo o grupo de colaboradores e parceiros possíveis para auxiliá-lo na execução. Só com envolvimento e facilitação inclusive do pensamento otimista é que os MEIs e as PMEs vencerão este desafio de um novo normal.

NAMASTÊ.

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