Aulas, retorno, híbrido, digital!

Tudo novo?

Não!

Aulas, retorno, digital, tudo velho. Todo ano, todo início de semestre já a muitos e muitos anos se ouvem estas palavras.

Então o que é novo?

Talvez a palavra híbrido com muita intensidade neste ano. Mas é um termo usado desde o início do século com o surgimento da internet.

Na área educacional, surgiu como alternativa para agrupar o ensino online com o presencial, nas escolas de ensino superior como modelo de ensino a distância, o EAD. É um método alternativo que apareceu com as novas tecnologias educacionais e está em alta em vários contextos, principalmente na educação pós pandemia. Sua base vem de que os alunos podem enriquecer seu aprendizado do modo que achar adequado. Este método tem duas formas de aplicação. O modo assíncrono, mais flexível onde o aluno pode estudar de qualquer lugar a qualquer momento com o objetivo de aprender novas habilidades e a outra forma, o modo síncrono, onde todos os participantes aprendem ao mesmo tempo, como exemplo, os webinários que hoje acontecem maciçamente, fóruns de discussões, etc. Enfim, as duas formas são eficazes e atendem a públicos diversos, os que gostam mais de ouvir e os que são mais práticos. Porém, muitos modelos têm surgido e é importante lembrar que cada uma precisa ser adaptado dentro das possibilidades reais de cada instituição.

Muito ainda temos que aprender com este novo modelo de educar. Vale lembrar que não é tão simples como parece, merece um aprofundamento de conceitos e formas para que seja aplicado em nossas escolas, principalmente naquelas onde os professores não estão e nem foram preparados para esta nova metodologia. Nunca foram treinados para esta novidade. Muito se falava, mas pouco se agia no sentido de formar estes novos professores. Existem os modelos disruptivos, os sustentados e ai incorporam os modelos de rotação por estações, de laboratórios rotacionais, de rotação individual, sala de aula invertida, dentre outros. O que se tem que descobrir é quais as vantagens trazem este novo método, que já é realidade e não tem volta.

Acredita-se que é para o aluno aprender mais, se tornar um indivíduo mais autônomo com relação ao aprendizado e estudo, aprender a ser mais responsáveis por suas decisões. Para o professor, com aulas online ele terá mais tempo para dedicar-se a outras atividades e até mesmo para estudar e preparar novos materiais, mas é importante que ele planeje bem seu tempo, pois a maioria já lamenta a falta de tempo e sem tempo ele não vai conseguir planejar as aulas online, e ainda precisa mudar a forma de comportamento, ser mais mentor, orientador, do que o professor que transfere conhecimento. Para a instituição, reduz custo, que pode beneficiar também o aluno, melhora o tempo de aproveitamento do educador, com a diminuição da utilização do espaço de forma diária pode também reduzir valores do custo aula e pode utilizar-se de recursos e ferramentas gratuitas online para criar o material necessário.

Como pode ser visto, ainda é um mar de novidades e de inovações que precisa ser navegado e explorado para que possa melhor adaptado a nossa realidade de forma mais realista e objetiva. Lilian Bacich, diretora da Tríade Educacional e uma das organizadoras do livro Ensino Híbrido: Personalização e tecnologia na educação, aponta que não se deve partir do zero, mas considerar o ensino remoto como um ponto de partida para planejar as ações. Para isso, os passos de implementação são:

1. Entender como funcionou o ensino remoto;
2. Identificar as habilidades essenciais a serem trabalhadas com os estudantes dentro do ensino híbrido e como serão coletadas as evidências de aprendizagem destas habilidades;
3. Organizar as atividades de forma a integrar as propostas on-line (ou remotas com o uso de tecnologias digitais em todos os contextos) e as presenciais;
4. Utilizar os dados e informações coletadas para planejar as próximas ações.

Pois bem, além da preocupação com este planejamento, ainda temos que levar em consideração o momento em que estamos vivendo de forma mundial, o país em que estamos com suas desigualdades sociais, a falta de equipamentos e infraestrutura de nossas instituições, a carência das famílias envolvidas e a individualidade regional do setor de educação.

Como disse, veio para ficar e está aqui e agora. É importante que todos os atores envolvidos se preocupem com a urgência que demanda está novidade, é necessário preparar os educadores de forma continuada e apoiá-los neste momento de adaptação. Muito temos que andar, não é aqui, a intenção de esgotar o assunto, mas alertar para importância do tema neste momento de urgência e retorno às aulas. É Momento de união, participação e envolvimento de todos que amam a educação e pretendem ver este país andando para o futuro de forma sustentável. É preciso muito amor.

Namastê.

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